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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Resenha: Dançando no Escuro (Lars von Trier)

Título: Dançando no Escuro (Dancer in the dark)
Lançamento: 08/09/2000 (Dinamarca)
Direção: Lars von Trier
Distribuição: Imagem Filmes




O filme “Dançando no escuro” (2000), do diretor Lars von Trier, relata a história de Selma Jezkova (Björk), imigrante tcheca que parte para os Estados Unidos nos anos 60, especificamente para o interior de Washington,  na esperança de salvar seu filho Gene (Vladan Kostig) de uma doença hereditária, da qual ela mesma sofre, e que causa cegueira. 

A história é, sobretudo, a devoção de uma mãe pelo seu filho. Björk encena com maestria a mãe solteira, que já em estado avançado de sua doença, não para de trabalhar a fim de conseguir dinheiro para a cirurgia de seu filho. Por toda esta grande obra do diretor dinamarquês, há uma miscelânea de musica e drama. A protagonista, apaixonada por musicais, recorre sempre às musicas e ao cinema para diminuir a culpa que sente por ter passado o gene da cegueira a seu filho, e trazendo o pensamento de que em musicais nunca há final triste. Porém, como já é de se esperar de um filme de Von Trier, isso não acontece com Selma. O enredo é detalhista e melodramático, com diálogos fortes e trilha sonora composta pela própria Björk, e capta a atenção do expectador de maneira extasiante, envolvendo a todos na triste história de Selma.

A personagem e seu filho moram em um trailer, ao lado da casa do casal Bill (David Morse) e Linda (Cara Seymour), que a ajudam em tudo que é possível. Porém Bill está passando por uma crise financeira e ao saber que Selma guarda uma grande quantia em dinheiro no trailer, rouba o valor com o propósito de continuar levando uma boa vida. Selma, tendo certeza de que só Bill sabia de suas economias guardadas, vai à sua casa para ter seu dinheiro devolvido. No entanto, o jovem policial recusa-se a entregar o dinheiro e os dois entram em conflito. Bill atira em si mesmo, deixando Selma culpada por latrocínio, pois Linda a acusa de tenta roubar o dinheiro de Bill e por isso atirou contra ele.

A tragédia musical fica ainda mais tocante quando Selma, presa injustamente, se recusa a gastar seu dinheiro com advogados, pois está determinada a salvar o filho. Mesmo com a insistência de sua amiga Kathy (Catherine Deneuve), a personagem não pensa nem por um minuto em deixar a cura de Gene em segundo plano. Deixando orientações para sua fiel amiga, Selma opta morte e alcança o seu objetivo.

O filme de 2 horas e 19 minutos acaba com uma das cenas mais fortes e arrebatadoras de todos os filmes de Lars Von Trier:  a jovem tcheca, que no começo da trama afirma que sempre sai antes da cena final de todos os musicais que assiste, porque “assim o filme dura para sempre”, é levada à forca e passa seus últimos instantes cantando que “esta não é a última canção, esta é a penúltima canção, e isso é tudo...” até ser interrompida pela execução.

Lars Von Trier é conhecido por mexer no psicológico de seus telespectadores, e em “Dançando no escuro”, o cineasta ultrapassou seu propósito, deixando o espectador refletir até onde o amor de uma mãe é capaz de ir pelo seu filho. Trier usa a personagem para, mais uma vez, criticar os Estados Unidos, mostrando a realidade de que os fracos não têm vez; primeiramente sendo submetidos a inúmeras horas de trabalho em uma fábrica, e depois mostrando que “a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco”, pois a justiça norte-americana a acusou sem ao menos apurar os fatos, interrompendo os sonhos da jovem tcheca. 

Björk interpretou com perfeição outro mártir dos personagens de Von Trier. Mesmo sofrendo com todas as injustiças da vida, Selma persevera lutando para que isso mude, e ainda assim é revestida de humildade e inocência, mesclando coragem e esperança, determinação e utopia. Selma é um dos grandes heróis românticos do cinema de von Trier, pois mesmo sendo decidida é uma grande vítima da história, não só das pessoas que a rodeiam, mas do sistema americano que impõe o “american way of life”. A determinação não é apresentado apenas na protagonista, visto que seus amigos, Kathy e Jeff (Peter Stormare), estão decididos a ajudá-la a todo o momento.  O casal Bill e Linda representa o egocentrismo e impetuosidade, prejudicando a jovem cega, a fim de priorizar sua estabilidade financeira e manter as aparências do estilo americano de vida. Gene, um pré-adolescente de 12 anos, também é influenciado pela cultura americana, tendo como preferência o lado materialista da história, diferentemente de sua mãe, que é simples.

O filme é mais chocante do que emotivo e traz o pensamento do espectador ao mundo real, cheio de conflito e injustiças, para como cada um busca, a seu modo, um refúgio para fugir dos problemas que a vida proporciona. Como na maioria de seus filmes, o diretor e roteirista deixa uma mensagem reflexiva e realista (ainda que isso implique não ser positiva) sobre a vida que levamos.

Trailer:

domingo, 26 de janeiro de 2014

Filme: Flores Raras

Título: Flores Raras (Reaching for the Moon)
Lançamento: 16/08/2013
Direção: Bruno Barreto
Coprodução: Globo Filmes, LC Barreto
Distribuição: Imagem Filmes














Flores Raras conta a história da poeta americana Elizabeth Bishop (Miranda Otto), qual é muito insegura do seu próprio trabalho e só mostra seus poemas para seu único amigo de confiança, Robert Lowell (Treat Williams). Com o intuito de encontrar algo que a motive, Bishop parte para o Rio de Janeiro, especificamente para a casa de sua amiga de faculdade, Mary (Tracy Middendorf), que é casada com a arquiteta brasileira Lota Soares (Gloria Pires). Lota não simpatiza com a poeta no começo da trama, porém acabam se envolvendo, e por consequência se apaixonando.
Mary, que é completamente apaixonada por Lota, aceita a relação de sua esposa com Bishop, apenas para aceitar a proposta da adoção de uma criança com Lota e não se afastar da arquiteta.
O drama é narrado por muitos conflitos, paixões avassaladoras e as consequências que isso pode trazer. Além do grande escândalo que era nas décadas de 50 e 60 um casal homossexual.



O filme que é baseado em fatos reais e no livro Flores Raras e Banalíssimas, impactou o público que não está acostumado em assistir Gloria Pires em papeis tão ousados (segundo a própria atriz) e comprovou que ela está sempre pronta para papéis desafiadores. Flores Raras também traz Gloria interpretando em inglês, o que também foi um desafio para a rainha da teledramaturgia.
Miranda Otto, mais conhecida por sua interpretação em Senhor dos Anéis, também protagonizou com maestria seu papel, trazendo vida e mostrando como vivia a grande poetiza.

Bruno Barreto soube escolher perfeitamente suas protagonistas, quais tiveram uma química inquestionável, abrilhantando ainda mais o drama.

Tracy Middendorf, Bruno Barreto, Gloria Pires e Miranda Otto


Trailer:




terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Resenha: As Violetas de Março

AS VIOLETAS DE MARÇO


Autora: sarah jio

NÚMERO DE PÁGINAS: 304


EDITORA: novo conceito – 

ANO DE LANÇAMENTO: 2013


Sinopse


Emily Taylor é uma mulher jovem e escritora de sucesso, mas não gosta muito de seu próprio livro. Também tem um casamento que parece ideal, no entanto ele acabará em divórcio. Sentindo que sua vida perdeu o propósito, Emily decide fazer as malas e passar um tempo em Bainbridge — a ilha onde morou quando menina — para tentar se reorganizar. Enquanto busca esquecer o ex-marido e, ao mesmo tempo, arrumar material para um novo — e mais verdadeiro — livro, um antigo colega de escola e o namorado proibido da adolescência tornam-se seus companheiros frequentes. Entretanto, o melhor parceiro de Emily será um diário da década de 1940, encontrado no fundo de uma gaveta. Com o diário em mãos, Emily sentirá o estranhamento e a comoção causados pela leitura de uma biografia misteriosa que envolve antigos habitantes da ilha e que tem muito a ver com sua própria história. Assim como as violetas que desabrocham fora de estação para mostrar que tudo é possível, a vida de Emily Taylor poderá tomar um rumo improvável e cheio de possibilidades. As Violetas de Março é um romance sobre a força do amor, sobre as peças que o destino prega e sobre como podemos ser felizes mesmo quando tudo parece conspirar contra a felicidade.


'As Violetas de Março' é um livro que apaixona já pela capa, simples e delicada, é constituído por uma história leve, porém cheia de suspense. Assim como a protagonista do livro, Emily, uma jovem escritora que não gosta do seu próprio livro, fica envolvida com o diário que encontrara, o leitor também se envolve com a história que aconteceu nos anos 40.

Enquanto Emily tenta dar rumo a sua vida após o divórcio, saindo com um antigo namorado - Greg, e um rapaz que conhecera na praia - Jack, o livro também conta um romance que foi desenvolvido na ilha em 1940 através do diário que Emily lê escondida de sua tia.

O diário relata o trágico romance entre Elliot e Esther, um casal perdidamente apaixonado, mas com o destino de não terminarem como desejavam, porém a história estava inacabada, faltava o capítulo final da história romântica do jovem casal.

A escritora acaba se envolvendo com a história e começa a investigar a procura das pessoas citadas no diário para saber o que e fato aconteceu com o casal da história escrita naquelas velhas e amareladas páginas do diário vermelho de veludo. Emily acaba descobrindo que Esther era sua avó e Elliot avô de Jack, assim descobre segredos de sua família que sua tia Bee e sua mãe preferiam que ficassem no passado.
Emily decide levar a história a diante para honrar a memória da avó que não conhecera, mas que tinha grande afeto após ler a sua história. Ela consegue desvendar todos os segredos que a rodeia e cumprir a promessa que fizera a si mesma. 
E. Taylor, também se 'cura' pelo Karma de não conseguir escrever mais - não escrever algo de coração, algo de qual sinta orgulho. Ela então conta a história escrita no diário e o dá um final digno e verdadeiro

Além da história de Elliot e Esther, o leitor também se prende a incógnita de com quem Emily ficará no final, Jack, Greg ou se voltará para Joel.  Dois romances em um único livro.

O final, um tanto pouco clichê, surpreende o leitor (pelo menos a mim surpreendeu) que espera um final triste para o romance de 1940. Quanto ao final de Emily, é o esperado, feliz e singelo.


"Deixo-lhe um pensamento, um pensamento sobre o amor que me levou a passar por muitos fracassos: o grande amor perdura ao tempo, à magoa e a distância. E mesmo quando tudo parece perdido, o verdadeiro amor vive. Sei disso agora, e espero que você também. - Com amor de muitos anos atrás, Esther Johnson"



P.S.: Agradeço a Fernanda Bonfim por ter me indicado e emprestado esse livro tão lindo.





domingo, 1 de setembro de 2013

40 anos de Gloria



Título:  40 ANOS DE GLORIA
Autores: Eduardo Nassife e Fábio Fabrício Fabretti
Número de páginas: 364
Editora: Geração Editorial
Ano de lançamento: 2010

Sinopse: Em “40 Anos de Gloria”, biografia autorizada de Gloria Pires, os autores Eduardo Nassife e Fábio Fabrício Fabretti contam a trajetória da atriz que começou a atuar diante das câmeras aos quatro anos de idade, em 1969. Na obra, há detalhes da sua personalidade de atriz, mãe, esposa,  celebridade, cantora e amiga. Os relatos misturam a terceira pessoa com a primeira, ao enfatizar os acontecimentos de sua trajetória e visão de mundo. O livro está em ordem cronológica, dividido em 25 capítulos, agrupando histórias sobre a gravidez de risco da mãe da atriz; o início   precoce da carreira; a rejeição inicial de um poderoso diretor da TV Globo, o trabalho com o ator e pai Antonio Carlos Pires; as primeiras  participações em programas humorísticos; as estreias nos papéis de repercussão, como Marisa em “Dancin Days” e Zuca em “Cabloca”; a  convivência com os amigos mais velhos, como Lauro Corona e Daniel Filho; os nascimentos dos  seus quatro filhos e a interrupção de três  gestações. O livro traz também curiosidades como o convite, feito pela revista Playboy, para  Gloria Pires posar nua – logo recusado – as cirurgias dentárias; a uma tatuagem no pé; os problemas de saúde e as premiações recebidas. “40 anos de Gloria” contém uma centena de fotografias  históricas e capa com foto de Marcelo Faustini, com design de Giovanni Bianco, que cuida dos cartazes e programação visual dos discos e shows da cantora Madonna. Bianco fez questão de fazer a capa, como um presente para sua amiga Gloria Pires.

40 anos de Gloria conta a trajetória da bem sucedida atriz, Gloria Pires. O livro é narrado entre primeira e terceira pessoa, misturando histórias contadas pela atriz e depoimentos de colegas de trabalhos, como Tony Ramos e Fernanda Montenegro, e seus familiares. Mostrando fotos de bastidores de novelas e filmes que Gloria participara, e também fotos de arquivo pessoal.


Apesar de ser intitulada "biografia", o tema central do livro relata a vida profissional da atriz, deixando a vida pessoal em segundo plano, sendo poucas vezes citadas ao longo das páginas. 
Eduardo Nassife e Fábio Fabretti contam como era a vida da Gloria nos bastidores desde criança e como a atriz conciliava seu trabalho com a escola e vida pessoal com tamanha responsabilidade, conseguindo construir uma carreira grandiosa em frente as câmeras. 

O livro é tão grandioso quanto a própria atriz. Mostra de forma brilhante e tranquila passo a passo de como Gloria Pires construiu sua carreira, relatando seus medos, erros e acertos e amizades construídas nos bastidores de seus trabalhos. Para quem é fã assíduo de Gloria Pires, o livro é um acervo de história emocionantes da vida da atriz, qual teve muitas perdas e vitórias ao longo de sua jornada.

"Ter o nome de Gloria é uma responsabilidade", relata a atriz, que sem dúvidas faz jus ao nome.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Resenha: Lonely Hearts Club - Porque ninguém precisa de um namorado para ser feliz - Elizabeth Eulbeg

Lonely Hearts Club- Porque ninguém precisa de um namorado para ser feliz

Autora: Elizabeth Eulberg

Número de páginas: 238
Editora: Intrínseca – Ano de lançamento: 2011


 Lonely Hearts Club- Porque ninguém precisa de um namorado para ser feliz é um livro que envolve o leitor já na primeira página, ainda mais se o leitor for fã dos Beatles. O livro conta a história de uma adolescente americana, Penny Bloom, que sofre uma desilusão amorosa e decide criar o "Lonely Hearts Club" - um grupo integrado por meninas que não querem mais saber de meninos. O nome do grupo é uma homenagem aos quatro caras que nunca decepcionaram uma garota: John, Paul, Ringo e George, integrantes dos Beatles, pela qual era completamente apaixonada e fã de carteirinha. A ideia no início não foi levada tão a sério mas logo faz sucesso entre as meninas do escola onde estuda. 
O clube de Bloom acaba gerando confusões e diversas situações entre as integrantes e seus ex-namorados, porém as meninas do Lonely Hearts Club ajudam umas as outras a enfrentarem seus "inimigos".

A história se desenrola de maneira divertida e relaxante. Elizabeth conseguiu a mostrar o valor da amizade e da confiança entre amigos. Sem contar que envolveu os 4 maravilhosos garotos de Liverpool, os quais cativam muitas meninas até os dias de hoje.


O leitor que escolhe ler este livro já começa se apaixonando pela capa, e a maneira como a história é contada captura o interesse do leitor sobre o livro. Entre os capítulos Eulberg escreveu trechos das músicas dos Beatles, que davam uma pista sobre o que viria a seguir. 

O livro está entre os meus favoritos, não por ser um romance adolescente gostoso de ler e porque envolve a minha banda favorita, mas este se tornou o meu favorito por eu me envolver na história e muitas vezes me ver naquelas situações e acabava recorrendo aos britânicos que mais entendem as meninas.

Espero que vocês gostem desse livro assim como eu. (:



"Qualquer um que já tenha se agarrado a uma música como a um bote salva-vidas vai entender. Ou alguém que tenha colocado uma canção para fazer aflorar um sentimento ou uma lembrança. Ou que tenha uma trilha sonora tocando em sua mente para embalar um diálogo ou uma cena" (página 19)